MINHA INFÂNCIA
Quanta saudades eu sinto
Do tempo de criança
Tão cheio de esperança
Não pensava no futuro
Só importava aquele dia
Era tudo alegria
Respirava um ar puro.
A minha infância pobre
Mas de nada reclamava
Meus brinquedos fabricava
Com carretel de madeira
Fazia caminhõezinhos
E com meus amiguinhos
Brincava à tarde inteira.
Aos domingos bem cedinho
Depois que clareava o dia
Para a igreja eu ia
Para adorar a Deus lá
Voltava para almoçar
E depois ia pescar
No Rio Tamanduá.
Sinto saudades da roça
Da saracura gritando
Do sabiá entoando
E o piar do inhambu
Era a minha paixão
E a minha diversão
Nadar totalmente nu.
Rio do Salto e Turvo
Esses eram os locais
Que não esqueço jamais
Ali eu me divertia
Montado no meu petiço
Saía sem compromisso
A galopito eu ia.
Saudades, que saudades
Dos bons tempos de outrora
Que há muito foram embora
E eu fico a recordar
A lembrança me consola
E uma lágrima rola
Caindo do meu olhar.
(Christiano Nunes)
COM A GRAÇA DE DEUS
Nesta vida
trabalhei
Desde criança
batalhei
Ajudava meus pais
labutei
As demais pessoas
respeitei
E a Deus
honrei
Uma árvore
plantei
Com minha luta
reguei
Na sua sombra
descansei
Com honestidade
me comportei
Um homem
me tornei
Para a escola
entrei
Na idade adulta
estudei
No vestibular
passei
Num curso universitário
me formei
Com muito esforço
me graduei
Uma família
formei
Riquezas materiais
não conquistei
Três filhos
criei
Netos lindos
embalei
Todos formados
verei
Feliz por eles
serei
E vencedores
vê-los-ei.
(Christiano Nunes)