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Escritos de CHRISTIANO NUNES (CONTOS, POESIAS...)


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PROSA POÉTICA

 

 

SAUDADES, QUE SAUDADES

 

Saudades, que saudades.

 

Dos tempos que não voltam mais

Saudades do roçado, do carpido (capinado)

Saudades da infância no interior

Daquele tempo em que se dava bênção aos pais, avós, tios, madrinhas... Na verdade, pedia-se as bênçãos destes queridos, e ouvia-se a doce voz, às vezes até emocionada, principalmente da mamãe: “ Deus te abençoooe meu filho.” E como as palavras têm

poder, éramos abençoados, mesmo!

Saudades daquele tempo em que se respeitava aos pais, e assim, aprendíamos a respeitar aos outros. Daquele tempo em que tínhamos que tratar nossos pais, avós, tios... de senhor e senhora, e não de você. Caso contrário, éramos bem corrigidos.

Saudades de quando com apenas uma olhada do pai ou da mãe, já entendíamos o que viria depois que a visita fosse embora.

Saudades do tempo em que a Psicologia em casa tinha outro nome, conforme a região. Era couro, rabo de tatu, vara de marmelo, chibata... E assim nos tornávamos pessoas de bens, trabalhadores, justos, responsáveis e respeitadores.

 

Saudade, que saudades.

 

Saudades da professorinha, que tínhamos que chamá-la de professora, ou simplesmente Dona Fulana... Maria, Edite, Olga... e nunca de tia.

Saudades de quando aprendíamos em casa, que tínhamos que respeitar nossos professores, pois eles eram o nosso segundo pai e segunda mãe.

Saudades quando aprendíamos as primeiras letras do ABC. Eram: a, e, i, o, u. Em seguida, tínhamos que aprender primeiro todo o ABC; só então, íamos para o “b a, bá. B é, bé. B i, bi...

Saudades dos bons tempos em que na escola cantávamos o Hino Nacional, Hino à Bandeira, Hino da Independência...

Saudades daquelas chamada Hora Cívica, em que aprendíamos os princípios de cidadania.

Saudades de quando na sala de aula chegava alguém visitante, ficávamos em pé.

Saudades de quando na escola marchávamos como soldados, com nosso uniforme, um guarda-pó branco e um sapato chamado colegial. Quando ouvíamos a voz de comando da professora que dizia: “sentido. Um, dois. Todos... marchando. Um, dois. Um, dois. Um,...” e depois brincávamos (longe dela, é claro) de: um, dois, feijão com arroz. Três, quatro, feijão no prato... e assim por diante.

 

Saudades, que saudades.

 

Saudades da velha Constituição Federal (anterior a de 1988), em que o menor podia trabalhar livremente, sem prejudicar os estudos e a infância. Não sobrava tempo para aprender coisas erradas. Quase não existia usuário de drogas.

Saudades do tempo de criança e adolescente, em que trabalhávamos, estudávamos e brincávamos, sem essa de prejudicar a infância. E assim, nos tornávamos homens e mulheres trabalhadores e exemplos a ser seguido.

 

Saudades, que saudades.

 

Saudades daquele tempo em que a criminalidade no Brasil era bem baixo, ou quase zero.

Saudades de quando existia os verdadeiros Direitos Humanos para pessoas de bens, e não para bandidos frios e calculistas, assassinos, sequestradores...

Saudades de quando se ouvia falar de assalto à mão armada, parecia coisas de outro mundo. Ficava todo mundo assustado, porque não era corriqueiro, como hoje.

 

Saudades, que saudades...

 

(Christiano Nunes)

 

Ps. Alguns versos desta prosa poética, foram inspirados no poema Pátria Amada Brasil, de Jairo Valio.

 

 

 

O EMBRIÃO DA DEMOCRACIA

 

Graças ao heróis mineiros

Vivemos num país democrático

Que lutaram, deram tudo si, dando até suas próprias vidas

Tudo isso, para tivéssemos vida, hoje.

 

Pensaram neles, em seus filhos, netos.. Enfim, em suas descendências.

De um modo, todos foram condenados à morte, pelo ato de bravura.

É o prêmio, o troféu... que ganharam.

Mas plantaram uma semente, que no tempo certo germinou.

Por mais que pareça demorado, a semente germina, se cai em boa terra.

 

Lutaram pela independência do Brasil.

Em todas as boas coisas que fazemos, sempre aparece um Judas Escariotas ou um Joaquim Silvério dos Reis, para nos trair.

 

Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, doou sua vida em favor da independência do Brasil, que era colônia de Portugal. Tal qual Jesus Cristo que deu sua vida em resgate de muitos, o nosso herói Tiradentes deu a vida para que fôssemos

livres. Mal sabia ele, que era uma semente que estaria plantando em solo brasileiro. Esse foi o “embrião da democracia.”

 

(Christiano Nunes)

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